Após o maior furto de material militar alguma vez observado em Portugal, as buscas pelos autores do crime não têm tido sucesso e Marco António Costa salienta a falta de informação sobre o assunto.
O Presidente da Comissão Parlamentar de Defesa Nacional, Marco António Costa, alega que a grande falha ocorreu no Sistema de Segurança Interna do Estado e que existe uma falta de informação relativamente ao assalto ocorrido e às contínuas investigações sobre os possíveis autores do crime, exigindo explicações. Após a descoberta do furto do dia 28 de junho, foi notícia de que há vários anos que não eram feitos inventários à quantidade de material presente no Aeródromo Militar de Tancos e, portanto, não se sabia que tipo ou quantidade de material lá se encontrava. Atualmente, a informação relativa ao que aconteceu no dia do assalto continua por desvendar. Da lista fornecida pelo Exército à Comissão de Defesa Nacional constavam diversas armas e outros dispositivos que entretanto foram devolvidos, inclusivamente uma caixa de explosivos da qual não havia provas de que pertencia ao regimento militar. A quantidade de material em circulação era uma incógnita. Não se sabia onde nem quando teria sido furtado. A existência de uma caixa extra de explosivos mostra a pouca atenção que as Forças Armadas dão à segurança do seu material militar, no sentido em que nem detectaram a falta do equipamento em questão. A pedido de todos os deputados, Rovisco Duarte, chefe de Estado-Maior do Exército, tentou esclarecer ao máximo todas as dúvidas relativas a estes acontecimentos. No entanto, é de notar os esforços do próprio Exército em avaliar a situação e resolver o problema do paiol de Tancos, fechando-o; este fator contribuiu para a percepção, não só por parte da maioria das entidades políticas e militares como também da opinião pública, de que existia efetivamente uma falha grave nos sistemas de segurança das unidades militares a nível nacional, o que implica uma ação urgente na resolução do problema. O atual panorama europeu de altos níveis de segurança exige uma redobrada atenção na proteção do material militar, de forma a evitar tragédias. De acordo com Marco António Costa, cabe ao Estado português e, consequentemente, à Comissão Parlamentar de Defesa Nacional investigar e apoiar as Forças Armadas em momentos de dificuldade, como é o caso do assalto em Tancos. Para o deputado do PSD: “A melhor maneira de salvaguardar as Forças Armadas é garantir que ninguém, por irresponsabilidade, por incompetência, seja quem for, ponha em causa o seu bom nome. Por isso é que este episódio de Tancos terá de ser apurado em toda a profundidade.” Por outro lado, é ainda de desconhecimento geral os motivos pelos quais a Secretária-geral do Sistema de Segurança Interna e o Secretário-geral do Sistema de Informações da República souberam do assalto no dia a seguir ao mesmo ter ocorrido, pela comunicação social. Acrescentando o facto de que a Unidade de Coordenação Antiterrorismo apenas se tenha conseguido reunir no dia 30 de junho, dois dias após o assalto. Várias comissões parlamentares estão responsáveis por apurar os culpados do furto e conferir se, durante as investigações que na altura do roubo estavam em execução, não existiram indícios de um possível assalto ao armamento, de forma a melhor prevenir e proteger os paióis, para que uma situação como esta não se volte a repetir. Não se pode ignorar o facto de terem existido 48 horas de completa “ignorância” por parte dos elementos de segurança interna que, desconhecendo o que tinha acontecido, não puderam agir de forma rápida. Para Marco António Costa é essencial procurar os motivos pelos quais as comunicações falharam, salientando a importância da prevenção deste tipo de erros tendo em consideração a era de terrorismo e violência que estão presentes um pouco por todo o mundo.