O inimigo de todos nós
Na última segunda-feira, dia 27 de novembro, foi renovada a licença de utilização do glifosato por mais cinco anos por parte da Comissão Europeia fruto de um acordo que já tinha falhado por duas vezes no último mês. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) e a Agência Internacional sobre o cancro, o glifosato é um herbicida “provavelmente cancerígeno”. Portugal foi o único país a abster-se na votação, devido à contradição dos relatórios e estudos acerca do herbicida ser ou não realmente cancerígeno para a população. Apesar da abstenção, em janeiro de 2017 foi aprovada pelo Governo a proibição do uso deste herbicida em espaços públicos. A favor votaram 18 países, entre eles: Alemanha, Bulgária, Dinamarca, Eslovénia, Eslováquia, Espanha, Estónia, Holanda, Finlândia, Hungria, Irlanda, Letónia, Lituânia, Polónia, Reino Unido, República Checa, Roménia e Suécia. A renovação foi aprovada por maioria qualificada ao que o Presidente da Direção Nacional da Quercus (João Branco) garante “são mais importantes os negócios do que o ambiente e a saúde das pessoas”. Os países preocupados com as questões nomencladas acima tiveram um peso de apenas 32,26% da população da EU, não chegando aos 55% necessários para que a renovação não surtisse efeito. Aústria, Bélgica, Chipre, Croácia, França, Grécia, Itália, Luxemburgo e Malta representaram os votos contra. O dia de segunda-feira foi marcado por manifestação na cidade de Bruxelas. Em Portugal, este é um dos herbicidas mais utilizados e 20 marcas comercializam o produto. Já na Europa, existem 40 empresas diferentes a comercializar herbicidas à base de glifosato, representando o chamado “lobby da agricultura intensiva e industrial”, segundo João branco.
Fonte da imagem: Titres Presse