O peixe-gato-do-canal passa a ser a décima primeira espécie não originária do rio Guadiana.
O investigador Filipe Banha, do Mare, confirma, após a análise de morfologia e análises genéticas aos peixes capturados, que as amostras recolhidas na Barragem do Alqueva são sem sombra de dúvidas peixe-gato-do-canal, uma vez que existem outras espécies de peixe-gato muito semelhantes. Após esta confirmação, o número de espécies não originárias naquele curso de água, passam a ser o mesmo que as nativas, sendo que atualmente, o ritmo de expansão das espécies de peixes exóticos em Portugal está a crescer de forma preocupante, uma vez que, em média, aparece uma espécie nova a cada dois anos. O grave problema inerente ao aparecimento de espécies exóticas nos rios portugueses, é o facto de haver um comprometimento das espécies nativas em detrimento destas. O trabalho que envolveu a participação de cientistas da faculdade de Évora, Lisboa, do Porto e do CIBIO, teve como objetivo reconstruir a história da invasão do Guadiana através de fotografias publicadas nas redes sociais de pescadores desportivos portugueses e espanhóis. Este estudo revela que o primeiro peixe-gato pescado em Portugal, foi em 2011, e que após cinco anos já tinha colonizado a barragem do Alqueva. Esta espécie foi introduzida em Espanha nos anos 80, sendo que uma das explicações para a disseminação estão ligadas à pesca desportiva. Este estudo foi financiado pela FCT, com o objetivo de determinar as rotas de invasão de peixes em ecossistemas de água doce.
Podemos ver então que a introdução de espécies exóticas com o objetivo de praticar pesca desportiva tem trazido diversos problemas no que toca ao equilíbrio dos ecossistemas. As espécies tradicionais estão a ser ameaçadas, sendo que isso acaba também por prejudicar a pesca desportiva uma vez que deixa de haver abundância de barbo e truta-comum, presas comuns neste tipo de praticas. Há que se aplicar um controlo para este tipo de práticas, de modo a que não sejam destruídos ecossistemas em detrimento de atividades que nem deveriam ser praticadas.
Fonte: San Diego Reader