O frigorífico mundial
A Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos Estados Unidos (NOAA) avança com um relatório acerca do Ártico e do Permafrost, o solo do Ártico.
Investigadores dos Estados Unidos da América e do Canadá revelam que o Ártico possui temperaturas cada vez mais quentes. Consequentemente, o solo do Ártico (permafrost) está a descongelar e a água do mar a aquecer a um ritmo avassalador. Cerca de 79% do gelo do Ártico diminuiu somente em um ano. Emily Osborne, cientista do NOAA refere que “O que acontece no Ártico não fica no Ártico, afeta o resto do planeta”. A região Norte está a aquecer duas vezes mais rápido, asseguram os cientistas. As consequências deste facto vão desde os prejuízos na actividade pesqueira no Mar de Bering até à maior probabilidade de incêndios em regiões de altitudes elevadas. Jeremy Mathis, director do programa de pesquisa Artic da NOAA e co-autor do relatório revela-nos que “O Ártico tem sido, tradicionalmente, o frigorífico do planeta, mas a porta ficou aberta, e o frio está a perder-se por todo o Hemisfério Norte”. Ainda na mesma semana, durante uma expedição na Ilha de Baffin, Paul Nicklen, fotógrafo da National Geography filmou um urso polar moribundo e a procurar comida, desesperado. Ao gravar esta cena, Nicklen quer passar uma mensagem sobre as alterações climáticas, e dar a conhecer que “os ursos vão morrer à fome”. Em 2015, um estudo da International Union for the Conservation of Nature, acusa o aquecimento global de ser a principal ameaça para os cerca de 26 mil ursos polares que existem no mundo. Existe o alerta desta população vir a diminuir cerca de 30% até 2050 graças às alterações no seu habitat. A normalidade do Ártico parece ter agora como características “aquecido” e “derretido”.
Fonte: NOAA | The Washington Post