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Eucalipto: o renascimento das cinzas

O problema continuará

Após as tragédias que assolaram Portugal, em Junho e Outubro, o eucalipto, a árvore mortífera dos incêndios, renasce das cinzas contrariando a força da população em esquecer as ocorrências. Na floresta portuguesa, o eucalipto detém a maioria e os números comprovam, segundo os dados de 2015. Entre 1995 e 2010 registou-se um aumento na ordem dos 13%, assumindo uma representação no território nacional que ronda os 35,4%. Deste valor, a maioria é de domínio privado (84,2%). Em relação ao domínio público (15,8%), o Estado Português apenas detém 2%. Em 1989, em Valpaços, o povo português revoltou-se contra a plantação de eucaliptos, com receio de que esta espécie lhes roubasse a água, sendo que é uma árvore que consome elevada água do solo, e trouxesse o fogo. Centenas de pessoas juntaram-se no Vale do Lila e destruíram 200 hectares de eucaliptal plantados pela Soporcel. A árvore constituía-se como um modo fácil de rentabilizar economicamente a curto prazo o solo português. António Morais, um dos apoiantes da revolta percebeu rapidamente que «o eucalipto nos traria grandes problemas». O eucalipto é uma espécie que se adapta aos incêndios nas típicas zonas onde fora plantada. Externamente a planta morre, mas a raiz não é afetada, e portanto, encontra-se em constante fase de regeneração e rebentação na base do tronco, sendo esse processo intitulado de rebentamento por toiça. À passagem do fogo, as sementes libertadas do eucalipto, são até capazes de germinar em terreno queimado. Nas zonas mais afetadas pelo fogo este ano, nomeadamente Góis, Castanheira de Pêra, Pedrogão Grande e Pampilhosa da Serra, a árvore demonstra já sinais de florescimento sem se verificar qualquer tipo de ordenamento. É um problema que tem vindo a marcar Portugal e certamente marcará, se não se verificarem alterações neste âmbito.

Fonte: TSF

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