É insustentável, e já começa a ser tardio, investir em meio de combate aos fogos e descurar a reforma da floresta.
Foi na passada segunda-feira, António Costa informa que os fenómenos climatéricos extremos vão continuar a ser sentido em Portugal, e que o tempo político se esgotou. Há uma urgência na aposta de uma reforma da floresta, que deverá acompanhar o investimento, em curso, no combate a incêndios. Há um investimento em curso, visível na reforma da proteção civil, essencialmente a nível de prevenção, fiscalização e combate aos incêndios. Este investimento de nada servirá sem uma reforma estrutural ao nível das florestas, sendo que o mais assustador é o facto do tempo político já não existir e as alterações climáticas representarem um perigo real para o aumento da existência de fogos em Portugal. O estado da floresta portuguesa é deplorável, uma vez que se encontra mais desordenada do que há onze anos atrás, e agravado pelos dois anos de seca severa que têm assombrado Portugal. Para tornar esta situação ainda mais grave somos deparados com as alterações climáticas que levam a que o país sofra fenómenos meteorológicos extremos. Deparados com esta realidade, o Primeiro Ministro afirma a necessidade de agir em todas as componentes do sistema. Há uma atitude, por parte do líder do governo, não só no sentido da reafirmação do número de efetivo de sapadores florestais, reforço da capacidade dos bombeiros voluntários, mas também, no sentido de ver reforçada a capacidade de intervenção das Forças Armadas na assistência militar de emergência. Continua latente no discurso de António Costa a necessidade de reforma estrutural da floresta, aliada aos investimentos feitos no campo do combate das chamas. Há uma necessidade de acertar o ritmo entre os dois aspetos supramencionados, de modo a realizar alterações significativas no combate dos fogos em Portugal. Estas alterações têm de ser feitas, não só, pela vida florestal de Portugal, mas também, pelas vidas humanas e animais que têm sido alvo dos fogos, onde muitos não perderam a vida, mas perderam as suas residências compostas pelos investimentos de uma vida. Os fogos são uma tragédia, muitas vezes, evitável e a aposta na reordenação das florestas portuguesas é um passo importante para que se veja melhoras no controlo de acidentes florestais.
Fonte: Portugal Resident