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Confrontos marcam a campanha eleitoral para as eleições italianas de março

Em Itália, o dia de ontem foi marcado por violentos confrontos entre antifascistas e a extrema-direita, em várias manifestações contra o fascismo.

Primeiro os italianos!, gritou a Liga Norte (extrema-direita). “Fascismo e racismo nunca mais!”, gritou a Associação Nacional de Partisans Italianos (antifascista). Foi assim o dia de ontem em Itália, marcado por violentos confrontos entre grupos antifascistas e da extrema-direita, com os primeiros a alegar a evolução da Itália como “um país fascista”, e com os segundos a gritar palavras de ordem contra os imigrantes.

Roma e Milão foram este sábado palco de várias manifestações e contra-manifestações de extrema-direita e de antifascistas. Na Praça do Duomo, em Milão, o comício convocado por Matteo Salvini, líder da Liga Norte, extrema-direita e que concorre em coligação com Silvio Berlusconi a estas eleições, contou com a presença de entre 15 mil a 20 mil pessoas, segundo a polícia italiana, ou 50 mil manifestantes, segundo o partido, onde a palavra de ordem foi “Prima gli italiani', ou "primeiro os italianos".

Também em Milão, um comício do Casapound, outro partido de extrema-direita, foi marcado por uma manifestação antifascista, com cerca de 100 pessoas, que tentou romper um cordão policial, seguindo-se momentos de confronto entre os manifestantes. Mais a sul, na capital Roma, foram milhares aqueles de forma pacífica se manifestaram contra o fascismo e a xenofobia, num protesto foi organizado pela Associazione Nazionale Partigiani d'Italia (ANPI), fundada pela resistência italiana no final da II Guerra Mundial e contou com a participação de dezenas de organizações e de vários membros do Governo, incluindo o próprio primeiro-ministro, Paolo Gentiloni.

Marta Zambon, uma jovem citada pelas agências internacionais que participou na demonstração pacífica, afirmou que “os partidos nacionalistas estão a reanimar os valores do fascismo, o medo do que é diferente está a voltar. Nós, jovens, não podemos ceder perante este medo, ou estaremos a andar para trás 100 anos”. Os últimos dez dias foram marcados por uma enorme tensão política, com confrontos entre extrema-direita e antifascistas registados em Turim. Bolonha, Pisa e Palermo, Milão e Roma, nesta última onde foram mobilizados 3500 polícias para este sábado de manifestações.

Este clima de tensão vem no seguimento de um tiroteio na cidade de Macerata protagonizado por um ativista da Liga Norte, no inicio deste mês, contra a comunidade africana daquela cidade, causando pelo menos seis feridos, visto como um ato de retaliação após um crime atribuído a um imigrante nigeriano. Silvio Berlusconi, que lidera uma coligação de direita onde está incluída a Liga Norte, condena o ataque de Macerata, mas quer limitar a imigração africana, deportando 600 mil pessoas que chegaram ilegalmente ao país nos últimos 5 anos. Com as eleições à porta, as sondagens dão à coligação de direita liderada por Berlusconi a vitória. Estas eleições estão marcadas para o próximo dia 4 de março.

Fontes: RTP | Euronews

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